Em um apelo contundente esta semana, a Confederação das Associações Económicas (CTA) solicitou ao Governo a criação de um Fundo voltado à recuperação de empresas que enfrentaram perdas severas no cenário pós-eleitoral. O objectivo é revitalizar a economia moçambicana, que tem sido duramente impactada por actos de vandalismo.
Foi durante o Economic Briefing realizado em Maputo, na quinta-feira última, que o presidente da CTA, Agostinho Vuma, destacou a urgência dessa medida em um momento em que as empresas moçambicanas lidam com sérias limitações financeiras. “É vital estabelecer um Fundo de Recuperação Empresarial para restaurar os activos destruídos e apoiar as empresas na gestão de suas tesourarias. Aproximadamente 955 empresas foram directamente afectadas e precisam de assistência imediata”, afirmou Vuma.
Além da criação do fundo, o sector privado também levantou preocupações sobre o acesso restrito ao crédito, que tem dificultado a recuperação das empresas. “Sugerimos ao Governo uma série de acções estratégicas, como a distribuição mais justa do crédito e a implementação de um sistema de compensação para bancos que ofereçam taxas de juros mais acessíveis. Também propomos o repatriamento das receitas dos megaprojectos da indústria extractiva e a utilização de parte das reservas internacionais do Banco de Moçambique para apoiar a recuperação empresarial”, acrescentou.
A CTA enfatiza a necessidade de implementar essas medidas o mais rápido possível, em paralelo a outras políticas de alívio financeiro, semelhantes às adoptadas durante a pandemia de COVID-19, quando os bancos foram autorizados a flexibilizar os requisitos de crédito para empresas em dificuldades.
O encontro da quinta-feira contou com a presença do ministro da Economia, Basílio Muhate, que garantiu que o Governo está comprometido em tomar as medidas necessárias para acelerar a recuperação do sector privado.
