Inhambane (O Destaque) – Em pleno período que antecede o Jubileu de Ouro da Independência de Moçambique e em meio à celebração da Semana do Funcionário Público, um incidente na Escola Secundária de Mavila, em Inhambane, trouxe à tona o debate sobre a imagem e conduta profissional no serviço público. O professor de Língua Inglesa, Reginaldo Mangue, foi suspenso de suas actividades por se apresentar com “cabelos compridos e desorganizados”.
A decisão, formalizada em 20 de junho pelo director da instituição, Absalome Simeão Beleque, estipula que o professor só poderá retomar suas funções após “se apresentar de cabelos curtos e bem arranjados”. Para justificar a medida, a direcção da escola invocou os artigos 6, 11 e 21 da Resolução nº 4/90, de 27 de junho, que destacam a importância do professor como exemplo para os alunos, enfatizando a necessidade de uma “vestimenta decente e exemplar, com cabelos curtos e bem-arranjados”.
De acordo com o documento de suspensão, o professor Mangue já havia sido aconselhado pela direcção e pela Comissão de Ética da escola a ajustar seu penteado, mas ele teria justificado sua escolha como uma preferência pessoal. Em resposta, teria solicitado seu retorno ao Serviço Distrital de Educação, Juventude e Tecnologia (SDEJT), órgão responsável por sua alocação na escola.
O caso levanta questões sobre a interpretação das normas de conduta para funcionários públicos, especialmente em um momento em que o país se prepara para celebrar 50 anos de independência. A suspensão de um professor por sua aparência pessoal, embora baseada em regulamentos existentes, acende um debate sobre o equilíbrio entre a liberdade individual e as expectativas de imagem dentro do ambiente educacional e do funcionalismo público em geral.
